Museu da Menstruação




Gostava de partilhar convosco um link bastante especial e para algumas até possa ser peculiar, o link da página do Museu da Menstruação. Nesta página podem encontrar variada informação sobre a menstruação, esta escrita em inglês pois o museu esta situado em Maryland, USA e abriu as suas portas em 1995. Vale a pena espreitar esta página e basculhar a informação que ela oferece: www.mum.org

Exposição do Sangue Menstrual

Exposição do Sangue Menstrual, é uma colecção de pinturas de várias mulheres organizada pela Carpa Roja. Esta exposição colectiva pretende reivindicar e criar através da menstruação. 


As obras desta exposição são inspiradoras, são mulheres que decidem expressar-se através da sua menstruação. 


Atreves-te a criar a tua arte menstrual?  Se te atreveres a criar e quiseres partilhar connosco, envia-nos a tua arte para jardineriahumana@gmail.com 

Mandalas



E as mulheres que se junta a arte menstrual vão surgindo de todas as partes do mundo, Zanele Muholi é uma artista e activista africana que centra o seu trabalho na revindicação dos direitos das mulheres.  A sua arte menstrual é fantástica, ela criou mandalas menstruais lindos, atreves-te a criar o teu?  Se te atreveres a criar e quiseres partilhar connosco, envia-nos atua arte para jardineriahumana@gmail.com 

Desde o útero: arte menstrual


Já há algum tempo que acompanho a artista Juliaro, é uma artista argentina que vive no Brasil e parte da sua obra esta inspirada no sagrado feminino e na espiritualidade menstrual. Gosto particularmente da sua arte menstrual espreitem que também vão gostar. AQUI e AQUI



Atreves-te a criar a tua arte menstrual?  
Se te atreveres a criar e quiseres partilhar connosco, envia-nos a tua arte para jardineriahumana@gmail.com 

Menstrala


Vanessa Tiegs, é uma artista que se juntou a criação menstrual com um total de 88 criações que formam o projecto MENSTRALA 




 Atreves-te a criar a tua arte menstrual?  Se te atreveres a criar e quiseres partilhar connosco, envia-nos a tua arte para jardineriahumana@gmail.com 

Sin nombre, autoretratos Menstruales

Este projecto da Débora Tenenbaum esta inspirado nos actos piscomágicos do Alejandro Jodorowsky

Adoro o prólogo escrito por Rosa Jiro:

“Nós mulheres com Vaginas sangrantes que dão vida.
Vocês, sejam homens ou mulheres, todos foram engendrados numa delas.
Bendigam o espaço Sagrado de onde se crio o Corpo que agora habitam.”

Da introdução, escrita por  Débora Tenenbaum deixo umas palavras…

“Cada nova historia diferente e fascinante.  Um desenho detrás de outro, uma surpresa detrás de outra, um universo detrás de outro. Cada uma de nós com o seu texto e o seu contexto.
Mágica e 'sincronicamente', somos 28 mulheres re-unidas neste projecto.  Cada uma fez o seu trabalho e o soltou-o ao universo. Ele confiou a gestão nas minhas mãos (…) Agora, convido o resto do mundo a participar desde o lugar que cada um escolha, Aqui.”

Podem descarregar o livro AQUI e ver detalhes do projecto AQUI

Atreves-te a criar a tua arte mesntrual?  
Se te atreveres a criar e quiseres partilhar connosco, envia-nos a tua arte para jardineriahumana@gmail.com 



Sangro pero no muero...





“Provengo, del útero universal
sangro pero no muero
Y en un infinito ciclo de vida-muerte-vida
sangro pero no muero
Resurjo
sangro pero no muero
El fluido es la llave de la morada oscura
sangro pero no muero
Donde se gesta, la mutación”
Isa Sanz

Vamos reconciliar-nos com a nossa menstruação
Isa Sanz, é uma artista que desenvolveu um trabalho artístico de visualização da menstruação, recuperando a sabedoria ancestral da energia feminina. O nosso sangue menstrual é o único derramado de forma natural pelo nosso corpo.

Isa Sanz (1973) é fotógrafa e o seu trabalho “Sangro pero no muero” composto por 15 fotografiase dois 2 vídeo-declarações.  Este trabalho é uma exploração do universo feminino e da espiritualidade/sacralidade menstrual. 

Atreves-te a criar a tua arte menstrual?  
Se te atreveres a criar e quiseres partilhar connosco, envia-nos a tua arte para jardineriahumana@gmail.com 

Esponjas do Mar como alternativas aos tampões, o que são?

É um pedaço de Porífera, o tipo mais primitivo de animal, Pode até parecer estranho, mas é bastante usada (inclusive para banho). As esponjas recolhidas do Mar Mediterrâneo funcionam como um tampão (ou como matéria prima para absorventes biodegradáveis – ver “mais informações abaixo”), só que são naturais, hipoalergénicas e biodegradáveis. O grande inconveniente é que, se comercializada em larga escala, pode causar algum desequilíbrio no ecossistema (se bem que, podem ser reproduzidas em cativeiro). Talvez possam ser uma alternativa para se usar de vez em quando ?!?


 

Sororidade...

O lugar da mulher é de mãos dadas com todas as mulheres em qualquer lugar


Círculo de Mulheres, Encontro de Lua Nova - Dezembro 2011, Porto

“A aliança de compromisso entre as mulheres é tão importante quanto a luta contra outros actos de opressão e de criar espaços onde as mulheres podem implantar novas possibilidades de vida." Marcela Lagarde

O conceito de irmandade feminina, Sororidade (sororidade, sororité, do latín sor que significa irmã. Em italiano sororitá e em ingles sisterhood.) palpita no meu coração e sinto como actualmente surge como uma “nova” experiencia cada vez mais intuitiva e cooperativa e isso faz-me sentir que tudo aos poucos regressa ao seu lugar… ao seu lar pelas mãos das mulheres que materializam este conceito em acções concretas.

 «Lugar da mulher é de mãos dadas com todas as mulheres em qualquer lugar... E através dessa rede de amor e solidariedade criar um novo modelo social de Vida, Harmonia e Paz para todos as mulheres, as pessoas, a Humanidade, todos os seres vivos e a Natureza... . . . . . . . UMA ENERGIA DE LUZ... DE BEM COM A VIDA...»

Sororidade, irmandade entre mulheres… intuir-se como iguais que devem voltar a dar as mãos… aliar-se, partilhar e principalmente mudar (e mudar-se) a sua própria realidade como mulheres e libertar-se das diferentes opressões a que foram sujeitas e por conseguinte mudar o mundo.

Abraçar a Sororidade/irmandade entre as mulheres e assumir uma aliança, um compromisso de lealdade feminina é um caminho armadilhado, somos mulheres criadas pelo patriarcado por isso, crescemos com a ideia (consciente ou inconsciente) de que somos inimigas, rivais por isso é difícil estabelecer uma amizade que pretende que criemos juntas uma relação que nos permite vernos na outra mulher, onde a outra é alguém com quem podemos aprender, alguém a quem podemos ensinar, alguém que nos acompanha e que acompanhamos, construindo lado a lado.

Numa relação de Sororidade, somos espelhos umas das outras, o que nos permite reconhecermo-nos na outra, sentir-nos apoiadas e compreendidas na outra. Recuperar este sentido de irmandade feminino permite-nos destruir esta falsa rivalidade entre mulheres que nos venderam.
Construamos juntas uma nova forma de nos relacionar umas com as outras, alimentemos relações de confiança, fidelidade, lealdade, apoio e RECONHECIMENTO com outras mulheres, só assim conseguiremos mudar as relações humanas e o mundo. Reconhecer-nos umas a outras como iguais respeitando que somos diversas e diferentes.

A quem recorremos quando nos sentimos tristes ou quando queremos partilhar alegrias? A quem preguntamos o que fazer ou tomar quando nos dói alguma coisa? A quem revelamos os nossos segredos? Com quem falamos de amor, de sexo, com quem choramos, com quem partilhamos sensações da nossa gravidez, a quem confiamos os nossos filhos/as, etc?

Para rematar, gostaria de deixar umas palavras de Marcela Lagarde, chamando à construção da Sororidade entre mulheres: “aliarmo-nos as mulheres não para pensar igual, mas para pensar; não para actuar em uníssono mas na mesma direcção…”

"Se os homens menstruassem"


Acabei de ler o livro “Memórias da Transgressão: momentos da história da mulher no século XX”  de Gloria Steinem e não resisti em transcrever este pedacinho. 


Nota: os negritos são meus.

"Se os homens menstruassem"

Morar na Índia fez-me compreender que a minoria branca do mundo passou séculos enganando-nos para que acreditássemos que a pele branca faz uma pessoa superior a outra. Mas na verdade a pele branca só é mais susceptível aos raios ultravioleta e propensa a rugas.

Ler Freud deixou-me igualmente céptica quanto à inveja do pénis. O poder de dar à luz faz a “inveja do útero” muito mais lógica do que ter inveja a um órgão tão externo e desprotegido como o pénis, deixando os homens extremamente vulneráveis.

Mas ao ouvir recentemente uma mulher descrever a chegada inesperada de sua menstruação (uma mancha vermelha se espalha no seu vestido enquanto ela discutia, inflamada, num palco) eu ainda ranjo os dentes de constrangimento. Isto é, até ela explicar que quando foi informada aos sussurros deste acontecimento óbvio, ela disse a uma plateia 100% masculina: “Vocês deveriam estar orgulhosos de ter uma mulher menstruada no vosso palco. É provavelmente a primeira coisa real que acontece com vocês em muitos anos!”

Risos. Alívio. Ela transformara o negativo em positivo. E de alguma forma a sua história se misturou à Índia e a Freud para me fazer compreender finalmente o poder do pensamento positivo. Tudo o que for característico de um grupo “superior” será sempre usado como justificativa para sua superioridade e tudo o que for característico de um grupo “inferior” será usado para justificar as suas provações. Homens negros eram recrutados para empregos mal pagos por serem, segundo diziam, mais fortes do que os brancos, enquanto as mulheres eram relegadas a empregos mal pagos por serem mais “fracas’. Como disse o rapazinho quando lhe perguntaram se ele gostaria de ser advogado quando crescesse, como a mãe, “Que não, isso é trabalho de mulher.” A lógica nada tem a ver com a opressão.
                                                                                                            
Então, o que aconteceria se, de repente, como num passe de mágica, os homens menstruassem e as mulheres não?

Claramente, a menstruação se tornaria motivo de inveja, de gabações, um evento tipicamente masculino:

Os homens se gabariam da duração e do volume.

Os rapazes se refeririam a ela como o invejadíssimo marco do início da masculinidade. Presentes, cerimónias religiosas, jantares familiares e festinhas de rapazes marcariam o dia.

Para evitar uma perda mensal de produtividade entre os poderosos, o Congresso fundaria o Instituto Nacional da Dismenorréia. Os médicos pesquisariam muito pouco a respeito dos males do coração, contra os quais os homens estariam, hormonalmente, protegidos e muito a respeito das cólicas menstruais.

Penso íntimos seriam subsidiados pelo governo e teriam a sua distribuição gratuita. E, é claro, muitos homens pagariam mais caro pelo prestígio de marcas como Tampões Paul Newman, Pensos Mohammad Ali, John Wayne Pensos Super e Pensos díarios e Suportes Atléticos Joe Namath — “Para aqueles dias de fluxo leve”.

As estatísticas mostrariam que o desempenho masculino no desporto melhora durante a menstruação, período no qual conquistam um maior número de medalhas olímpicas.

Generais, direitistas, políticos e fundamentalistas religiosos citariam a menstruação (“men-struação”, de homem em inglês) como prova de que só mesmo os homens poderiam servir a Deus e à nação nos campos de batalha (“Você precisa dar o seu sangue para tirar sangue”), ocupariam os mais altos cargos (“Como é que as mulheres podem ser ferozes o bastante sem um ciclo mensal regido pelo planeta Marte?”), ser padres, pastores, o Próprio Deus (“Ele nos deu este sangue pelos nossos pecados”), ou rabinos (“Como não possuem uma purgação mensal para as suas impurezas, as mulheres não são limpas”).

Liberais do sexo masculino insistiriam em que as mulheres são seres iguais, apenas diferentes. Diriam também que qualquer mulher poderia se juntar à sua luta, contanto que reconhecesse a supremacia dos direitos menstruais (“O resto não passa de uma questão”) ou então teria de ferir-se seriamente uma vez por mês (“Você precisa dar o seu sangue pela revolução”).

O povo da malandragem inventaria novas gírias (“Aquele ali é de usar três pensos de cada vez”) e se cumprimentariam, com toda a malandragem, pelas esquinas dizendo coisas tais como:

— Epa, tu estas bonito como o caraças!
— É meu, estou com a maria!

Programas de televisão discutiriam abertamente o assunto. (Na serie Happy Days: Richie e Potsie tentam convencer Fonzie de que ele ainda é “The Fonz”, embora tenha pulado duas menstruações seguidas. Hill Street Blues: o distrito policial inteiro entra no mesmo ciclo.).

Assim como os jornais, (TERROR DO VERÃO: TUBARÕES AMEAÇAM HOMENS MENSTRUADOS. JUIZ CITA MENSTRUAÇÃO EM PERDÃO A VIOLAÇÃO.) E os filmes fariam o mesmo (Newman e Redford em Irmãos de Sangue).

Os homens convenceriam as mulheres de que o sexo é mais prazeroso “naqueles dias”. Diriam que as lésbicas têm medo de sangue e, portanto, da própria vida, embora elas precisassem mesmo era de um bom homem menstruado.

As faculdades de medicina limitariam o ingresso de mulheres (“elas podem desmaiar ao verem sangue”).

É claro que os intelectuais criariam os argumentos mais morais e mais lógicos. Sem aquele dom biológico para medir os ciclos da lua e dos planetas, como pode uma mulher dominar qualquer disciplina que exigisse uma maior noção de tempo, de espaço e da matemática, ou mesmo a habilidade de medir o que quer que fosse? Na filosofia e na religião, como pode uma mulher compensar o fato de estar desconectada do ritmo do universo? Ou mesmo, como pode compensar a falta de uma morte simbólica e da ressurreição todos os meses?

A menopausa seria celebrada como um acontecimento positivo, o símbolo de que os homens já haviam acumulado uma quantidade suficiente de sabedoria cíclica para não precisar mais da menstruação.

Os liberais do sexo masculino de todas as áreas seriam gentis com as mulheres. O fato “desses seres” não possuírem o dom de medir a vida, os liberais explicariam, já é em si é castigo bastante.

E como será que as mulheres seriam treinadas para reagir? Podemos imaginar uma mulher da direita concordando com todos os argumentos com um masoquismo valente e sorridente. (‘A Emenda de Igualdade de Direitos forçaria as donas de casa a se ferirem todos os meses: Phyllis Schlafy. “O sangue do seu marido é tão sagrado quanto o de Jesus e, portanto, sexy também!”: Marabel Morgan.) Reformistas e Abelhas Rainhas ajustariam as suas vidas em torno aos homens que as rodeariam. As feministas explicariam incansavelmente que os homens também precisam ser libertados da falsa impressão da agressividade marciana, assim como as mulheres teriam de escapar às amarras da “inveja menstrual”. As feministas radicais diriam ainda que a opressão das que não menstruam é o padrão para todas as outras opressões. (“Os vampiros foram os primeiros a lutar pela nossa liberdade!”) As feministas culturais exaltariam as imagens femininas, sem sangue, na arte e na literatura. As feministas socialistas insistiriam em que, uma vez que o capitalismo e o imperialismo fossem derrubados, as mulheres também mens-truariam. (“Se as mulheres não menstruam hoje, na Rússia”, explicariam, “é apenas porque o verdadeiro socialismo não pode existir rodeado pelo capitalismo.”)

Em suma, nós descobriríamos, como já deveríamos ter adivinhado, que a lógica está nos olhos do lógico. (Por exemplo, aqui está uma ideia para os teóricos e lógicos: se é verdade que as mulheres se tornam menos racionais e mais emocionais no início do ciclo menstrual, quando o nível de hormonas femininas está mais baixo do que nunca, então por que não seria lógico afirmar que em tais dias as mulheres comportam-se mais como os homens se portam o mês inteiro? Eu deixo outros improvisos a seu cargo.*

A verdade é que, se os homens menstruassem, as justificativas do poder simplesmente se estenderiam, sem parar.

Se permitíssemos.


— 1978
* Meus agradecimentos a Stan Pottinger pelos muitos improvisos incluídos neste texto.



FONTE: STEINEM, Gloria. Memórias da Transgressão: momentos da história da mulher no século XX. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos, 1997. p. 416-419.

Em nome do 'agradar'...

Já falamos nas Conversas Feminitude de como os cânones de beleza variam de um país para o outro e na página do facebook até já debatemos como na Mauritania uma mulher que deseje casar tem de chegar aos 80 ou mesmo 100 kilos, e que para isso existem as “quintas do engorda”.

Vimos como como as meninas podem gritar, chorar ou mesmo vomitar que ninguém as vai ajudar. O que acabei de descobrir é que nos dias de hoje para além das técnicas de tortura usadas para fazer que as meninas comam, (molas de madeira para apertar os dedos dos pés e das mãos para causar dor ou retorcer os dedos até que não aguentem mais e cedam) há uma nova moda tomar a pílula contraceptiva. Aida Sanz, técnica da ‘Asamblea de Cooperación por la Paz’ confirma: “Tomam a pílula porque têm a falsa crença de que ajuda a engordar”.

Os efeitos secundários, carecem de importância. Já sabíamos que grande parte da população feminina devido a estas práticas de engorda padece de problemas de coração, tensão arterial alta e dificuldade de movimentos, entre outros. Eu questiono-me que outras alterações e padecimentos surgiram agora tomando a pílula de forma descontrolada e a idades improprias!?!

 Mas tudo isto carece de importância sempre e quando os homens gostem delas gordas!

“A minha MaNcHa não mancha”

Recebi um email a perguntar porque é que chamei as Etiquetas do blog "MaNcHaS VeRmElhaS" e expressando que a palavra "MaNcHaS" não era muito positiva e que talvez fosse contra a positividade que o blog querer transmitir sobre a menstruação.

Pois… foi precisamente pela palavra "MaNcHa" ter uma conotação negativa sempre que se junta com a palavra Menstruação que a usei. Quantas de vocês, principalmente na adolescência, não pediu a uma amiga para caminhar de trás de vocês e ver se não tinham nenhuma "MaNcHa” vermelha na roupa… se não estavam sujas!?!

A palavra mancha junto a palavra menstruação torna-se A MANCHA, a terrível MANCHA.
Quando usamos produtos naturais como o copo menstrual, pensos de pano, as esponjas marinhas… percebemos que estes nos ajudam a conectar com o nosso corpo, ajudam-nos a ver o nosso ciclo menstrual de forma diferente e aperceber-nos da mulher que realmente somos e pouco a pouco “A MANCHA” se transforma na "MaNcHa”. Usar alternativas ‘ecomenstruais’ ajudam-nos a cuidar do nosso corpo de uma forma mais natural e em sintonia com o meio ambiente… mas para que toda esta mudança aconteça ainda mais profundamente a linguagem também pode ser uma grande aliada.
Um dos aspectos mais interessantes da linguagem é o facto de ser mutável, ou seja, as palavras podem mudar de sentido com o passar do tempo, reflectindo dessa forma as atitudes predominantes da época. Por isso desafio-te a criar a “TUA própria linguagem menstrual”, ou seja, mais do que criar novas definições desafio-te a mudar o sentido das existentes.

As coisas que mancham (que deixam mancha) são geralmente vista como algo mau, porque sujam. São “sinónimo” de descuido, sujidade… algo que tentamos evitar ou esconder. Talvez por esse mesmo motivo ao associarmos a palavra ‘mancha’ a ‘menstruação’, ampliamos o tabu que capeia a menstruação, mesmo em pleno século XXI (eu diria que especialmente em pleno séc. XXI).

As mulheres nos preocupamos mais com o não ser “descuidadas” com a menstruação, o não sujar que nem sequer questionamos de onde vem este conceito/sentimento de nos sentirmos descuidadas ou sujas. Porque é que uma inocente e natural mancha vermelha nos causa tanto mal-estar e vergonha? Porque é que queremos que o acto natural, instintivo e desordenado de sangrar seja algo ordenado e discreto?
As "MaNcHaS” deveriam ser algo ao que não atribuir importância (lavam-se com agua fria e sabão neutro) porque o verdadeiramente importante é como te sentes nesses dias, o que sonhas, o que pensas o que ES! Lava as tuas "MaNcHaS VeRmElhaS" com amor isso significa que amas o teu corpo… que o aceitas… que respeitas em tOdas as suas fases e ciclos.


Para mostrar o nosso amor pelas "MaNcHaS VeRmElhaS" proponho-vos que enviem para o email jardineriahumana@gmail.com foto (acompanhada de um texto se quiserem) da vossa "MaNcHa VeRmElha" para criar um mural colectivo da "MaNcHa VeRmElha" com o lema a minha “A minha MaNcHa não mancha” e mostrar ao mundo que manchar/sujar é sinal de vida, de plenitude, saúde, amor… 

O Orgasmo dela....

... documentário


Trinta anos depois da revolução sexual dos anos 70, o orgasmo feminino continua a ser um mistério para muita gente, inclusive para muitas mulheres que admitem nunca o ter experimentado. Neste documentário as mulheres falam abertamente sobre as suas experiências sexuais, acompanhadas da reflexão de especialistas, psiquiatras e sexólogos, que descrevem com ajuda de "sketches" e vídeos o prazer em todas as suas formas. 




E tu já tiveste o TEU OrgasmO hoje?

Las histéricas somos lo máximo...

M a s t u r b a ç ã o 
no feminino


Eu faço porque eu posso, eu posso porque eu quero e eu quero porque me disseram que não podia. 

A maioria das mulheres evita falar sobre a masturbação e/ou cora quando se fala deste “encontro com nós mesmas” como lhe chama uma bela amiga, Erika do Camino Rubí. A verdade é que há muitos mitos que envolvem a masturbação feminina e mesmo com informação e uma aparente liberdade sexual até hoje é um tabu social e religioso, não verdades são passadas adiante, e muitas mulheres acreditam. Se colocarmos as palavras “masturbação” e “pecado” juntas no Google encontraremos 360.000 referências e para a Igreja Católica a masturbação é pecado grave contra o 6º Mandamento (Não pecar contra a Castidade).

Junto a palavra masturbação é costume aparecem, quase sempre, as questões:

Masturbação faz mal ou faz bem? 
Devemos nos masturbar? 
A masturbação causa doenças? 
Diminui o desejo sexual?

Pouco importam estas perguntas belas mulheres, porque a masturbação é uma coisa natural. Sabiam que há estudos que apontam que nós nos masturbamos já no útero da nossa mãe?! 
Sim, os fetos femininos (e os masculinos) masturbam-se até chegar ao orgasmosurpreendente verdade!?!  Em 1996, pesquisadores do Hospital Universitário Santa Maria della Misericordia em Itália, observaram um feto feminino na 32ª semana de gestação. Ele tocava a região da vagina em movimentos repetidos e depois tinha espasmos no corpo. Para os médicos, o feto não só se masturbou como "chegou lá"...

Masturbamo-nos mesmo antes de nascer, porque não continuar a faze-lo de forma plena, prazerosa e livre?

Masturbação ajuda a prevenir infecções do colo do útero e ajuda a aliviar as infecções do trato urinário. Embora seja do conhecimento geral que a masturbação regular pode reduzir o risco de cancro da próstata nos homens, os estudos mostram que a masturbação feminina também pode fornecer protecção contra infecções do colo do útero, porque quando as mulheres se masturbam, o orgasmo abre o colo do útero.

No seu livro “Sexo: Uma História Natural”, Joann Ellison Rodgers descreve como o processo de masturbação estica e puxa o muco no colo do útero, permitindo um aumento da acidez do líquido cervical. Isso aumenta bactérias “amigáveis” e permite uma maior fluidez na passagem do colo do útero na vagina. Quando o fluido “velho” se move a partir do colo aberto, não só lubrifica a vagina, mas também esvazia organismos hostis que podem causar infecções.

Muitas mulheres relatam o desejo de se masturbar quando sentem que estão com infecções urinárias, e por uma boa razão: masturbação ajuda a aliviar a dor e libera as bactérias antigas do colo do útero. É uma maneira do corpo colocar as bactérias para fora.

A masturbação está associada com a saúde cardiovascular e menor risco de diabetes tipo-2. Uma série de estudos, mostram que as mulheres que tiveram orgasmos com maior frequência e sentem mais satisfação com o sexo – com parceiro ou não – têm uma maior resistência à doença arterial coronária e diabetes tipo-2.

A masturbação pode ajudar a combater a insónia, naturalmente, através da libertação hormonal e da tensão. Muitas mulheres se masturbam como um meio para relaxar após um dia agitado ou para adormecer à noite, mas muitas vezes elas não sabem que há uma razão hormonal envolvida. A dopamina aumenta durante a antecipação de um clímax sexual. Após o clímax, as hormonas calmantes oxitocina e endorfinas são libertadas, fazendo-nos sentir um calor agradável que nos ajuda a dormir.

O orgasmo aumenta a força do assoalhado pélvico. Há muitos benefícios de ter um assoalhado pélvico saudável. Durante o orgasmo, o assoalho pélvico recebe um verdadeiro treino. O clitóris se avoluma com os picos de aumento da pressão arterial. Tónus muscular, frequência cardíaca, respiração aumentam. O útero sobe para fora do assoalhado pélvico, aumentando a tensão do músculo pélvico. Isso fortalece toda a região, bem como a tua satisfação sexual.

Melhora o nosso humor. Masturbação ajuda a aliviar sentimentos depressivos. Como nós ficamos estimuladas, os níveis hormonais de dopamina e adrenalina sobem nos nossos corpos. Ambas hormonas são impulsionadoras do humor. Muitos estudos mostram que mulheres que relatam satisfação com a sua vida sexual têm uma melhor qualidade de vida em geral.

Alivia o stress. No livro “For Yourself”, a terapeuta sexual Lonnie Barbach explica que a masturbação pode ajudar a aliviar o stress emocional, tendo tempo para nós mesmas, no meio das demandas do lar, família e trabalho.

Fortalece a nossa relação com nós mesmas. Quando sabemos nutrir-nos de amor nos níveis emocional e físico, ganhamos confiança e crescemos através da auto-consciência. Ser capaz de reconhecer, articular e experimentar o que traz prazer é um passo poderoso em direcção a auto-realização.

Fortalece a relação sexual com o/a parceiro/a. Muitos casais têm diferentes ritmos e necessidades sexuais. A masturbação é uma forma de satisfazer as necessidades pessoais não atingidas com companheiro/a.  Testemunhar um/uma parceiro/parceira a masturbar-se pode nos ensinar o que eles/elas gostam. Também pode abrir as linhas de comunicação entre parceiros/as que de outra forma poderiam supor que a “rotina” ainda funciona.

Com tantos benefícios, estão a espera de que para marcar um encontro com vocês mesmas? 

“Las histéricas somos lo máximo… las histéricas somos lo máximo… extraviadas, voyeristas, seductoras compulsivas, finas divas arrojadas al diván de Freud.. y de Lacan.
¡Ay, Segismundo, cuanta vanidad! Infantiloide malsano, el orgasmo clitoriano. ¡Ay, Segismundo, cuanta vaginalidad! El orgasmo clitoriano, se te escapa de la mano.
¡Ay, Segismundo! De tan macho, ya no encajas. No me digas que el placer es pura paja.
Por lo demás, correspondo a tus teorías: estoy llena de manías, sueños, fobias y obsesiones; sólo tu envidia del pene y el diván de tus eunucos administra mis pulsiones compulsivas.”





Sebenta Vulvar

O que achas dos genitais femininos? O que é que a vulva significa para ti? Para muita gente, a vagina é a sede do prazer sexual feminino, a sede de criação da Humanidade e o canal do seu nascimento. É também um potente estímulo da sexualidade, tanto para homens como para mulheres. Não são estes, porém, os únicos conceitos da vulva. Para algumas pessoas, a vulva significa uma sexualidade sagrada. É um objecto de veneração, reconhecido como fonte de vida, um ícone de fertilidade. Num contraste chocante, a vagina surge alhures como um terrível órgão munido de dentes, emasculador e castrador – a vagina dentata. Contudo, muitas, se não todas as culturas, vêem esta porção da anatomia feminina como algo que, em público, as mulheres devem tapar a qualquer custo. A palavra “vulva” ou “vagina” deve ser evitada na maioria das conversas, e imagens genitais femininas disfarçadas espreitam-nos por todo lado. Com tantas maneiras de ver a vagina, qual escolher?

Revindicar as partes do nosso corpo e nomeá-lo na sua totalidade é imprescindível e não se cristaliza no uso de uma linguagem politicamente correcta… devo confessar que estou algo fascinada com o nomear o corpo das mulheres – mamas, cu, cona, vagina, pita… - recuperar estas partes (“espaços”) da nossa anatomia, redefini-los desde como cada uma de nós o sente (individualmente) e permitir que assim o nosso corpo habite o seu espaço de forma plena e total, e seja COMPLETO, INTEIRO.

Quando definem ou nomeiam os nossos genitais muitas vezes os termos usados são limitativos. Para muitas mulheres, o léxico sexual convencional é profundamente insatisfatório. VULVA pode ser muito clínico, VAGINA pode soar muito passivo. RATA e outras expressões da gíria popular sofrem e carregam um forte estereótipo sexual e CONA é muito duro de ouvir. E há o facto das palavras para os genitais femininos muitas vezes os sobreporem e terem significados variáveis. Vulva descreve, geralmente, os genitais femininos externos, mas nem sempre, ao passo que vagina pode incluir todas as partes da anatomia sexual feminina, com a excepção do útero, ou referir-se especificamente ao órgão interno muscular.
Um dos aspectos mais interessantes da linguagem é o facto de ser mutável, ou seja, as palavras podem mudar de sentido com o passar do tempo, reflectindo dessa forma as atitudes predominantes da época. Por isso desafio-te a criar a “TUA própria época”.

Nesta “Sebenta Vulvar” proponho-te uma série de jogos para que te (re)encontres com a TUA Vulva, para que (re)conheças como ela sente, como ela quer ser e viver. E animo-te a que partilhes a tuas criações para que o mundo perceba que a “identidade vulvar” existe e é variada.

Conteúdos
Primeira Folha mais conhecida como ‘Editorial’
Viva a Vulva! Jogos de Estímulos:
Jogo 1 - As minhas notas Vulvianas
Jogo 2 - Alegrias Proibidas
Jogo 3 - Collage “Haz lo que te sale del coño”
Jogo 4 - Afirmações Vulvianas
Jogo 5 - De Vulva a Mandorla
Jogo 6 - Oração Vulviana
Jogo 7 - Desejos Vulvianas
Jogo 8 - A minha Sheela Na Gig interna
Conto “ A obscenidade de Baubo”
“O Calor das Deusas Obscenas”
Jogo 9 - A minha Deusa do Ventre
Nota sobre a autora

Sebenta nº1 - “Sebenta Vulvar”
25 páginas | Preto e Branco | Papel reciclado

Copyright © JardineriaHumana, 2013

QUERES TER A TUA "SEBENTA VULVAR"?
Escreve para jardineriahumana@gmail.com

Porquê um Atelier para falar da fisiologia da Fertilidade?

Hoje fui fazer fotocópias de mais dois manuais para o Atelier Fertilidade de amanhã em Aveiro, e por coincidência na loja de fotocópias encontrei-me com uma amiga que não via a já algum tempo. Estivemos falar e mostrei-lhe o manual e falei-lhe do atelier e ela fez-me uma questão curiosa: Porque é que tinha colocado o nome “Uma Fertilidade Consciente para uma contracepção Natural” e não simplesmente “Contracepção Natural” que ao fim ao cabo é o que chama atenção e pode levantar o interesse pelo atelier?

Até pode ser que o que leve as pessoas a participar no atelier seja simplesmente a palavra contracepção mas a minha motivação ao cria-lo foi o ciclo de fertilidade do nosso corpo, conhece-lo e saber “usa-lo” a nosso favor na concepção, com o objectivo de conceber ou não, e acima de tudo conhecer o nosso corpo e os corpos com quem partilhamos a nossa sexualidade. Digo que acima de tudo é uma atelier para conhecer o corpo porque vivemos numa sociedade desconectada da Natureza a nível global e da natureza e fisiologia do nosso organismo a nível individual.

Somos a geração herdeira dos inícios da contracepção efectiva dos anos 60 (aparecimento da pílula). A partir da adolescência,  o mais normal, é que o  nosso interesse em desfrutar de sexo seguro e despreocupado sem as preocupações da gravidez e das doenças de transmissão sexual desperte. Por isso quando iniciamos a nossa sexualidade o nosso primeiro interesse após o sexo prazeroso é a contracepção. Somos uma sociedade com uma ampla informação em evitar a gravidez e a transmissão sexual, basta ver como a sexualidade é abordada nos manuais de educação sexual na escola. Os organismos públicos dedicados a saúde direccionam a educação sexual dos adolescentes e jovens para a contracepção e prevenção DST. E isso como já disse nas alinhas acima nos desconectada da Natureza a nível global e da natureza e fisiologia do nosso organismo a nível individual.

Não há uma preocupação em focar a educação sexual em saber como funcionamos a nível biológico, sobre como cuidar e proteger a nossa saúde e especialmente há um vazio de informação em tudo o que diz respeito a fertilidade assim como aos ciclos em geral do nosso corpo e a sua capacidade de autogestão. Não nos ensinam nem motivam o nosso interesse para saber em que consiste a fertilidade humana, que factores a condicionam ou como favorece-la ou optimiza-la.


Foi por isso que tive vontade de criar o atelier “Uma Fertilidade Consciente para uma contracepção Natural” para motivar as pessoas que participam a investigar sobre a sua fertilidade, sobre o seu corpo e levando a que cada um faça as suas reflexões e construa o seu próprio conhecimento da fisiologia da fertilidade, feminina e masculina para assim familiarizar-nos com nossa fertilidade e para desde esse ponto saber como respeita-la, como cuida-la e favorece-la.

Queres juntar-te?
Espreita aqui. Espero por ti. 
Aida

A endometriose

A endometriose é uma doença ginecológica crónica que afecta as mulheres com idade entre 25 e 40 anos, mas pode atingir mulheres de qualquer idade que apresentem períodos menstruais.

 Vídeo explicativo AQUI

Chamamos de endometriose quando o tecido de revestimento do útero (endométrio) se encontra fora da cavidade uterina, sendo mais frequente no ovário, trompa uterina, intestino grosso e áreas ao redor do útero.

De acordo com o Comité da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, “a endometriose deve ser vista como uma doença crónica que requer um planejamento para toda vida, visando maximizar o uso do tratamento medicamentoso e evitar repetidos procedimentos cirúrgicos".

A causa da endometriose ainda é incerta, mas actualmente acredita-se que seja relacionada a factores genéticos e a falha do sistema imunológico em expulsar os fragmentos da menstruação que sobem a trompa da Falópio, que ocorreriam com todas as mulheres.

Mulheres que possuem parentes de primeiro grau com endometriose possuem 6 vezes mais chances de desenvolver a doença.

Outros factores, como problemas emocionais e stress podem estar indirectamente associados, pois podem desregular as hormonas femininas, principalmente o estrógeno e a endometriose são sensíveis a esta hormona.

Os sintomas da endometriose variam muito entre as mulheres, algumas mulheres não apresentam sintomas, o que dificulta o diagnóstico precoce. Dentre aquelas que apresentam sintomas, estes podem ser: fortes cólicas menstruais, dores pélvicas fora do período de menstruação, dores após sexo e dificuldade de engravidar.

O diagnóstico definitivo só pode ser feito através da laparoscopia, uma pequena cirurgia que remove o tecido, mas muitas vezes o tratamento medicamentoso contra endometriose é prescrito baseado no histórico da paciente, exame clínico ou ultra-som.

O diagnóstico precoce melhora as perspectivas de tratamento da doença, pois o tratamento é iniciado impedindo a progressão da doença. Infelizmente, em média, o diagnóstico demora 7 anos a partir dos primeiros sintomas.

Por isso é importante procurar uma ginecologista diante do aparecimento de qualquer sintoma sugestivo de endometriose.

O tratamento da doença vai depender do objectivo terapêutico buscado (tratar as dores, a infertilidade ou evitar uma reincidência) e da condição da mulher (idade, local da doença, deseja ter filhos,...). Não existe tratamento ideal, cada caso deve ser avaliado. O histórico da paciente e seus planos futuros influenciam a escolha do tratamento, o ideal é que a paciente participe da encolha do tratamento em conjunto com o médico.

As opções de tratamento incluem: analgesia (AINS), tratamento hormonal (diferentes tipos), cirurgia conservativa (mantém o tecido do útero e ovários) ou definitiva (remoção do útero e possivelmente dos ovários), tratamento medicamentoso combinado com cirurgia.    

NOS CASOS DE INFERTILIDADE
Primeiramente deves procurar um médico para investigar se a endometriose é a única causa para a dificuldade de engravidar, além disso, o/a médico/a irá avaliar o teu histórico e a severidade da doença, cada mulher é um caso diferente. Geralmente é necessário uma pequena cirurgia, laparoscopia, mas existem outros tratamentos como: medicamento para fertilidade, medicamentos para fertilidade com inseminação artificial e fertilização in-vitro… Mas acima de tudo deves investigar por ti mesma, recolher informação, tomar consciência do teu corpo para perceber a sua linguagem própria.

Documentário sobre a endometriose AQUI




6. Dois pesos e duas medidas....

 “(…) ainda se espera que as pessoas citem motivos para não ter filhos, mas nenhum motivo é exigido dos que decidem tê-los. Simplesmente se presume que essas pessoas são inférteis, egoístas ou que ainda não tiveram filhos, mas terão. Qualquer que seja o caso, é exigido delas uma explicação. Por outro lado, ninguém diz aos pais que acabaram de ter filhos: Por que escolhes-te ter um filho? Quais os motivos? A decisão de procrias não é vista como uma questão que precisa ser pensada ou justificada.” Artigo “Think before you breed” de Christine Overall


Jardin Fleuris by Alexandra Sophie




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Onde há pêlo há alegria...

Depois de ler o artigo “Donde Hay Pelo Hay Alegría”, escrito por  Caisa Ederyd, decidi escrever sobre a minha relação com o meu pelo/cabelo e tudo o que tenho a vindo a descobrir nos últimos tempos sobre estes fios que nasce nas extremidades da nossa pele.





O pêlo e o cabelo…
Eu sou extremamente peluda e cabeluda, e sempre foi ‘desprazeroso’ para mim depilar-me ou cortar o cabelo, por isso vivencie sempre sentimentos de dualidade no que ao pelo/cabelo se refere como por exemplo: 
depilar-me ou não?
Também experimentei sentimentos de medo e de desconfiança nas cabeleireiras porque sempre cortam mais do que eu estou preparada para cortar… e isto deixou em mim muitas perguntas:

Para que? Para que servem os pêlos/cabelo?
Será que todos os pêlos do corpo cumprem uma função física e energética?
E o cabelo, qual é a função dele?
Será que há diferença em usar o cabelo curto a usa-lo comprido?
Como mulher a minha energia vê-se influenciada com o comprimento do meu cabelo?

Che, o meu amigo-gato e Mestre Sábio. 
Sim. Sim a todas as preguntas… 
Sim, os nossos pêlos/cabelo são uma espécie de antenas, como os bigodes do meu companheiro-gato Che. 
O bigode dos gatos funciona como um radar, tendo a função de aprimorar seus sentidos e fornecer orientação espacial. Além disso, o bigode ajuda o felino a orientar-se no escuro, e funciona como um "radar" que estimula o gato a fechar os olhos para proteger-se, por exemplo, de um objecto que venha em direcção do seu rosto. Ainda, é ele que dá ao animal olfacto e tato tão apurados.

O pêlo/cabelo é uma das características que partilhamos com todos os mamíferos. 
O metabolismo ajuda-nos a regular a nossa temperatura corporal e a gordura, e o pelo/cabelo evita a perda de calor. Graças a eles permitiu-nos sobreviver a situações climáticas extremas.

Quando comecei a escrever este texto disse que sou extremamente peluda mas vocês também são, somos muito peludas. Je Je Je 
Temos uns cinco milhões de pêlos, dos quais entre a 100 a 150 000 cobrem a nossa cabeça. Os restantes estão espalhados pelo corpo e há alguns que quase nem são visíveis. Já na barriga da nossa mãe tínhamos pêlos, eles aparecem por volta do quarto mês de gestação, começa a nascer-nos um bigodito, as sobrancelhas até ficar o corpo todo coberto por um fino e longo pêlo chamado de lanugo. Depois nas últimas semanas este pêlo cai e é absorvido pelo bebé junto com o liquido amniótico. 

O nosso pêlo/cabelo é uma extensão do nosso sistema nervoso lunar, autónomo, sensorial, intuitivo, instintivo, magico, criativo e criador. E como mulheres, temos a tendência a perder usando o cabelo curto, mas porque? O que é que perdemos?

Perdemos capacidade de conexão, através dessas antenas em forma de cabelo registamos emotivamente o Universo… emocionamo-nos e suspiramos com aquilo que nos rodeia por isso quando queremos acalmar as emoções ou necessitamos concentrar-nos em algo concreto, temos a tendência a prender o cabelo, inclusive algumas tradições espirituais/iniciáticas/filosóficas rapam o cabelo para bloquear essa algazarra sensorial, como por exemplo no Budismo, que segue o caminho do não apego, do não sentimento mas também temos outras que usam uma longa cabeleira… para manter-se conectados com os sentimentos, que seguem o caminho da compaixão, basta observar Jesus e os seus discípulos/as tudo depende do caminho que se segue para elevar o coração em cada momento.

Ambos caminhos têm cabida e podem coexistir para mim, para nós… vivemos um tempo de união… unir o que a história separou, o que eu quero dizer é que umas vezes sinto-me “budista” e preciso recolher o meu longo cabelo numa trança para não me distrair com tudo o que ele capta, porque necessito concentrar-me, meditar, organizar e outras vezes preciso “cristificar-me” e solta-lo, deixa-lo livre para sentir, para criar… para viver com-paixão , e quanto mais despenteado melhor mas atenção, os cabelos despenteado não são cabelos descuidados são cabelos com liberdade de expressão.



Na raiz do nosso cabelo, esta todo o nosso código individual/genético, por isso para várias tradições é uma péssima ideia que algo sagrado como a nossa identidade não seja cuidado e tratado de forma consciente. Para estas tradições é impensável deitar o cabelo ao lixo por isso ele é guardado para oferenda-lo a Terra, ao Fogo, a Agua ou ao Vento. Por considera-lo sagrado e um veículo de conexão emotiva com o Universo e poder ancestral também encontramos tradições nas quais as mulheres não cortam o cabelo nem nenhum outro pelo corporal (axilas, bigodes, pelo púbico….nenhum!)

O pêlo também nos protege… Os pêlos pubianos, por exemplo, têm a função de proteger o órgão genital, por isso a sua grande concentração é em cima da vulva e ao seu redor.
Os pêlos pubianos servem como um tapete para dificultar que microorganismos nocivos cheguem até a vagina, eles cobrem a parte externa do órgão genital e protegem o delicado osso púbis. Os pêlos pubianos cobrem os grandes lábios que são a camada externa da vagina e ajudam a afastar as bactérias da vagina e funcionam como uma espécie de "almofadinha" durante o sexo, há estudos que mostram que há uma estreita relação entre os pêlos pubianos e a lubrificação vaginal, pois a “"almofadinha" que eles formam é um censor/receptor de energia, de estímulos, que consegue fazer uma triagem da boa energia da má. Mas actualmente a cultura e a moda incentivam as mulheres a depilar-se parcial ou totalmente nesta zona do corpo logo perdem o seu censor.

Há um par de anos atrás, sofri quando perdi a minha longa cabeleira por um descuido por parte de quem me estava a cortar o cabelo e em quem confiei…
Chorei durante vários dias… chorava cada vez que via a minha imagem reflectida num cristal e não via junto dela o meu longo cabelo… chorava cada vez que acariciava a minha cabeça e não sentia o meu longo cabelo enredado nos meus dedos…. Chorava e não compreendia o choro e a sensação de “desnudez” forçada que o acompanhava mas agora descobrindo a historia do cabelo ao longo dos tempos, compreendendo as suas funções físicas e energéticas compreendo cada lágrima e sei que não estava louca… que não estou louca por amar e respeitar o meu longo cabelo e por não sentir necessidade de me desprender dos meus pelos seja em que parte do meu corpo eles estiverem.

A história recente da nossa história, trouxe-nos a “liberação feminina” e com ela muitas coisas, entre elas a diminuição do comprimento do nosso cabelo, mas… Será que isso é mesmo um sinal de empoderamento feminino?
Ao longo da história tivemos episódios menos bonitos nos quais rapar à cabeça a força era usado como castigo e humilhação por exemplo na 2ª Guerra Mundial e outras guerras ou as mulheres adulteras na Idade Média.
Era como limitar essa pessoa, retirar-lhe a sua capacidade sensitiva e retirar-lhe parte do seu código individual/genético presente no seu cabelo, ou seja retirar-lhe parte da sua identidade, do seu Ser. Quer se queira quer não o cabelo fala de nós, por isso muitas vezes sentimos o impulso de modifica-lo (pintar, cortar, novo penteado…) sempre que terminamos e iniciamos uma nova etapa, como se através dele reflectíssemos essas mudanças, essa transformação de interior.

Enfim… devemos recordar que o pêlo/cabelo nos protegeu desde que eramos umas sementinhas a flutuar no liquido amniótico talvez pensar nisto nos ajude a ama-lo mais e a não viver descontentes com ele quando se eriça com a humidade ou se emaranha com o vento e nos confundem com uma louca.

O meu cabelo expressa o que SOU
O que quero SER
As antigas civilizações acreditavam que no cabelo estavam os nossos pensamentos, talvez seja verdade pois é certo que o cabelo é um veiculo de comunicação, de conexão. Também é uma expressão da nossa pele, guarda uma mensagem, tem sensualidade… tem uma função biológica e nós atribuímos-lhes uma função sociológica quando os enfeitamos com adornos. Na sua formação química esta a memória dos nossos estados anímicos e da nossa alimentação. Faz parte de nós…do nosso corpo, são a protecção da nossa pele, são a memória do nosso organismo e a nossa mensagem-social.

abrazO Raíz 
Aida


Gracias a Ambar, Carina, Carolina, Cecilia, Clau, Débora, Mabe, Lula, Paulina e Samai por tanto compartido. 



(…) 
Salgo a paseo y sin maquillar
[Salgo a pasear sin maquillar]
Y desde lejos saludo a los barcos
La gente pasa y se queda pillá
Con los pelillos de mi sobaco
Por fortuna y por convicción
[lelele lelele]
Creo en la suerte que me espera
En mi constancia y mi cerrazón
Pa’conseguir lo que yo quiera 
(…)


Links interessantes sobre o nosso pelo/cabelo